Perdoa o botequim
A calça, o mocassim
Hei de vencer neste meu caminhar...
Tua renda e cetim
Teu colar de marfim
E a comida de casa eu não deixo faltar...
A cerveja, o tamborim
Aqui vieram me chamar pra cantar
Não precisa insistir
Sei que devo ficar.
Perdoa o botequim
O problema está em mim
Deixa eu ao menos não trair o luar
E sair por aí, encontrar um sorrir
Que abraça ao me ver no samba chegar...
Mas se tu me pede um fim
E diz pra nunca mais voltar ao doce bar
Não precisa insistir
é melhor eu ficar...
Por que o samba nunca cansa nem me espera
Sempre transforma teu inferno em primavera
E faz florir de alegria o coração
De quem quer ver o sol raiar e o orvalhar...
E eu calado, logo deito do teu lado
Pra te fazer ninar
Te beijo a testa, digo boa noite
E ponho num bilhete que eu chego já
Mas perdoa o botequim.