Lá vem Paulinho Galocha
munido de rosas, com brilho no olhar,
em meio a cena, ó triste madrugada!,
no pé da calçada faz charme no andar.
A "Nena" tanto gosta,
mas se encanta com a prosa
d'um outro que está do lado de lá.
É Zé Magrelinho, rapaz elegante como ele não há.
O Galocha cansado
e a Nena do lado a pedir proteção,
se desenrola com uma atriz da bossa
solta beijinho e depois diz que não.
Se chega Zé Magrelinho,
de fininho se encosta, diz que tá frio,
mas já já faz calor e o Paulinho, coitado,
deixou um fiado, pois bebeu o que restou.
Zé Magrelinho é galã
Tarcísio Meira fica pra trás.
Só bebe whisky importado
e tem a lábia de ser um bom rapaz.
Não fuma, não cheira
e até já morou na Suiça
toca pandeiro, reco, cavaquinho,
foi mestre-sala no Rio e desabrocha a cuíca.
Enquanto Paulinho, agora, anda desempregado
compra cigarro sempre a dez centavos
e reclama da vida
e de não ser nunca amado.
Compra cigarro sempre a dez centavos
e no samba inventando
de chegar atrasado.